terça-feira, 5 de agosto de 2008

O Iluminismo (7ªs Séries)

O Iluminismo

O movimento Iluminista e a economia política

As transformações em todos os níveis – econômico, político, social e cultural – que ocorreram no século XVII, principalmente no que se referia à economia das sociedades européias, exigiam correspondente alteração na forma de encarar o mundo. Para a sociedade européia havia a necessidade de uma nova filosofia adequada ao espírito do capitalismo. A este novo modo de pensar e de compreender o mundo e a sociedade, os historiadores deram o nome de Iluminismo, e deve ser compreendido e apreendido dentro do contexto de crise geral do Antigo Regime.

O que se verá, dos séculos XVII ao XIX é o questionamento e a derrubada desse Antigo Regime, baseado no Estado Centralizado e interventor da Idade Moderna. O processo de edificação de uma nova ordem é típico do século XVIII (transição do mundo moderno para o mundo contemporâneo) e comandado pela burguesia, que defende a conquista de seu espaço político, a afirmação do pensamento liberal e a consolidação do capitalismo, fundamentais para a constituição de uma ordem liberal burguesa e capitalista.

A Revolução Científica do século XVII, as bases filosóficas do pensamento liberal nos séculos XVII e XVIII, a Revolução Francesa do século XVIII e a Revolução Industrial, a partir do século XVIII, conduzem a burguesia ao poder político e, simultaneamente, reafirmando o seu poder econômico. O denominador comum a tendência ao predomínio da visão racionalista do mundo, marca inconfundível da sociedade que se tornava cada vez mais burguesa.

O Iluminismo.

O termo Iluminismo indica um movimento de idéias (ideologia) que tem suas origens no século XVII, mas que se desenvolve especialmente no século XVIII, denominado, por isso de "o século das luzes".

O Iluminismo é uma filosofia militante de crítica da tradição cultural institucional; seu programa é a difusão do uso da razão para dirigir o progresso da vida em todos os aspectos. A filosofia Iluminista voltou-se para o estudo da natureza e da sociedade. O uso da razão era considerado indispensável à compreensão dos fenômenos naturais e sociais, e o alcance do estado de felicidade.

Segundo os Iluministas até a crença deveria ser racionalizada. Por isso eram Deístas, ou seja, acreditavam que Deus está presente na natureza e, como o homem faz parte da natureza, Ele também se encontra presente no coração do próprio homem que pode descobri-lo através da razão e da felicidade. Assim, a instituição da Igreja torna-se dispensável, pois era criticada pela sua intolerância, ambição política e pela inutilidade das suas ordens monásticas.

Os Iluministas consideravam os homens bons e iguais perante a natureza e que a desigualdade existente entre eles era provocada pelos próprios homens, isto é, pela sociedade, pela civilização. Para corrigir essa desigualdade achavam que era preciso modificar a sociedade, dando a todos liberdade de expressão e de culto, e proteção contra a escravidão, a injustiça, a opressão e as guerras. Essa cultura devia muito às descobertas da Revolução Científica , ao método experimental de que foram pioneiros Galileu, Boyle e Isaac Newton, bem como - e o que é mais importante - à imagem científica do universo formada durante o século XVII.

O princípio organizador da sociedade deveria ser a busca da felicidade, cabendo ao governo garantir certos direitos naturais do homem:
a) Liberdade individual;
b) livre propriedade;
c) Tolerância para a expressão de idéias;
d) Igualdade perante a lei;
e) uma justiça serena com base na punição dos delitos e das penas
.

A forma política ideal garantidora desses princípios variava segundo os pensadores. O modelo seria a monarquia inglesa, para Montesquieu e Voltaire; ou uma república fundada sobre a moralidade e a virtude cívica, para Rousseau.

Poder-se-ia afirmar que o Iluminismo expressou, em última instância, a ascensão da burguesia e de sua ideologia.

O Despotismo Esclarecido: A tentativa da nobreza de se manter no poder

Estimulados pelos filósofos, numerosos príncipes procuraram por em prática as novas idéias, governando de acordo com a razão e segundo os interesses do povo, mas sem abandonar o poder absoluto, ou seja, foi uma reforma do Estado pelo Estado. Essa aliança de princípios filosóficos e poder monárquico deu origem a um regime de governo típico do século XVIII, o Despotismo Esclarecido. Seus representantes mais destacados foram Frederico II, Rei da Prússia; Catarina II, czarina da Rússia; José II, Imperador da Áustria; Marquês de Pombal (ministro do Rei José I) de Portugal; e Aranda, ministro da Espanha.

O Iluminismo e a Era das Revoluções Burguesas Clássicas

Todas estas idéias claramente burguesas, irão configurar a vitória da classe detentora do capital (a burguesia). Neste momento "século das luzes", quando o Iluminismo leva a burguesia a alcançar o poder político, haverá a sedimentação do poder econômico e do sistema capitalista: a burguesia dá início à Revolução Industrial; a burguesia novamente transforma o mundo.

"Olhai para mim, e sereis salvos, vós, todos os termos da terra; porque eu sou Deus, e não há outro" (Is 45:22a)